sábado, 19 de junho de 2010

O Outro Lado (ÚLTIMA PARTE)

Aconchegados um nos braços do outro, tivemos a chance de assistir um momento de nossa existência juntos. Pertencíamos um ao outro numa outra vida. Ver aquela cena encheu meu coração de paz e, ao mesmo tempo, de tristeza, pois, não sabia o que o futuro nos havia reservado. Será que ficaríamos juntos novamente? Será que ele voltou para mim? Novamente meus pensamentos vão se perdendo em meio a tanta emoção... Escuridão!
Vou recuperando meus sentidos lentamente. Ouço o barulho da chuva e dos trovões, sinto o chão frio, respiro fundo e abro os olhos, estou novamente deitada na sala da minha casa. Está tudo escuro! Sou abraçada novamente pelo medo, mas, dessa vez, é medo de tê-lo perdido novamente. Olho rapidamente ao meu redor e o vejo ainda desacordado, caído no chão.
Passo as mãos nos olhos a fim de confirmar o que estou vendo. Sim! Ele continua lá, perto de mim. Rastejo no chão frio e o abraço. Não há medo, angústia ou terror, apenas uma paz inigualável.
Ele abre os olhos e sorrimos um para o outro e nos abraçamos por um longo tempo, em seguida, ele me olha nos olhos como se estivesse em busca de algo. Sinto seu coração acelerar e o meu também, os seus olhos me diziam adeus.
Ele levanta-se e caminha em direção a porta dos fundos. Eu permaneço sentada no chão gélido da sala, paralisada, até que o soar de um poderoso trovão me faz entender que aquele homem venceu o impossível só para me encontrar e me fazer sentir algo que, talvez, ninguém sentiu antes. Um amor tão forte que venceu as barreiras do tempo só para estar ao meu lado por alguns minutos. Minha alma gêmea! Não podia perdê-lo novamente!
Levanto-me rapidamente e corro em sua direção, a chuva está muito forte, mas isso não importa.
- Espere!
Essa foi a primeira palavra que pronunciei durante toda a noite.
- Por favor! Não se vá! Não depois de tudo o que você me mostrou!
E olha para trás e vem ao meu encontro. A chuva continua caindo sobre nossas cabeças e ele continua me olhando com aquele olhar de adeus. E sente pela última vez meus cabelos molhados e me beija os lábios. Novamente sinto-me fraca, novamente meus sentidos se esvaem, novamente a triste escuridão!
...
Abro meus olhos e uma forte claridade os fere. As imagens vão se reconstituindo lentamente e eu não acredito no que vejo.
Amanheceu!
Permaneço deitada na cama tentando descobrir se tudo o que aconteceu foi apenas um sonho. Minha cabeça está confusa, tudo parecia tão real! Bobagem, eu estava apenas dormindo!
Mas ao levantar-me percebo que estou nua! Como pode ser? Não costumo dormir nua, minha família tem o péssimo hábito de entrar em meu quarto sem antes pedir permissão. Mas, enfim, talvez tenha adormecido antes de vestir-me.
Cubro-me com uma tolha e sigo em direção a janela do quarto, abro a cortina afim deixar um pouco do calor do sol entrar. Subitamente, sinto aquele arrepio nas minhas entranhas, quando vejo o vestido que deveria estar usando enquanto dormia, pendurado na janela totalmente molhado.

3 comentários:

  1. Poxa Lari arrasou, muito lindo.
    Parabéns!
    Demorou vc enviar este conto para uma excelente antologia Rsrsrsrsrs...

    Beijos Soturnos

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  2. Poxa que lindo. Me arrepiei todo quando li o final!
    Parabéns!

    Já estou a espera do proximo ok?!
    Tem previsão de quando irá escrever outro?
    Um grande abraço

    OBS: a foto está linda!

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  3. Bom dia meus queridos,

    fico super feliz pelos comentários e por saber que vcs curtiram!

    Bem, sobre escrever outro, não tenho previsão alguma... rsrsr...
    Mas assim que a inspiração bater de novo eu prometo postar!

    Obrigada
    Um abração

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